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quarta-feira, 2 de julho de 2014

Não existe bolha imobiliária e setor ganhará força após a Copa, diz Ricardo Amorim

 Por João Sandrini |16h52 | 25-06-2014

(SÃO PAULO) – O economista Ricardo Amorim, apresentador do programa “Manhattan Connection” da GloboNews, acredita que as pessoas que estão esperando pelo estouro de uma possível bolha imobiliária para comprar uma residência por um preço mais atrativo estão adotando uma estratégia equivocada.

Durante o evento de lançamento da parceria entre a Bloomberg e o InfoMoney em São Paulo,
Amorim disse que o setor imobiliário – e os preços dos imóveis – tendem a ganhar força após a Copa, já que muita gente que está adiando a decisão de compra por causa desse tipo de temor terá de rever essa posição, o que vai reforçar ainda mais a demanda. Leia a seguir os principais trechos da palestra realizada no escritório da Bloomberg, em São Paulo:
IMÓVEIS

Temos a sensação de que há uma bolha imobiliária no Brasil porque os preços subiram quatro ou cinco vezes desde o início da década passada. Mas não dá para comparar os preços atuais com os antigos porque antes não havia crédito. Naquela época, só comprava imóvel quem tinha dinheiro para pagar à vista – ou seja, pouca gente. Mas agora há condições de financiamento bem mais favoráveis. Quando comparamos os preços brasileiros com os internacionais, a gente percebe que não há uma grande distorção. Comparei o preço dos imóveis com a renda da população e constatei que um brasileiro precisa gastar 13 anos de salário para comprar uma casa atualmente. Em uma lista com 123 países, o Brasil aparece apenas na 48ª posição nesse quesito. Outro forte indicador de que não há bolha imobiliária é que estudei quase 100 casos e percebi que nunca houve um estouro de bolha em um país onde o crédito imobiliário representasse menos de 50% do PIB. No Brasil, não chega nem a 10% do PIB. Há três anos que muita gente fala que a bolha imobiliária vai estourar depois da Copa. Então há uma enorme quantidade de brasileiros que está segurando a compra, pensando em aproveitar a queda dos preços quando ela ocorrer. Mas isso não vai acontecer. Depois da Copa vai ter a demanda natural de quem é comprador e vai ter a demanda de quem esperou o estouro de bolha que não veio. Então acho que o mercado imobiliário vai, na verdade, ganhar força depois da Copa – e isso não está na conta de ninguém.

MAIS ESTRANGEIROS

Vamos ver cada vez mais estrangeiros trabalhando no Brasil. Já temos visto o aumento até mesmo do número de imigrantes trabalhando ilegalmente no Brasil. Pode parecer que não faz sentido um gringo acordar um belo dia e chegar à conclusão que a solução para seus problemas é trabalhar no Brasil. Mas o país criou 18 milhões de empregos formais nos últimos 10 anos. É muito mais do que os Estados Unidos criaram no período. Na Grécia, 85% dos jovens entre 18 e 25 anos não têm emprego. Na Itália e na Espanha, esses indicadores também são altíssimos. São pessoas que ganham menos que a gente e que estão mais bem preparados que nós. Então haverá um grande fluxo não apenas de trabalhadores mas também de empresas e produtos para o Brasil.

Fonte: InfoMoney

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